Shwedagon, o impressionante templo do Myanmar
O guia Lonely Planet descreve o Shwedagon Pagoda como o templo mais impressionante do Sudeste Asiático. Eu não posso afirmar isso, pois não estive nem em todos os países da região, imagine conhecer cada templo. Mas posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que ele foi o templo mais impressionante que vi em toda a minha vida.
Impressionante: Que provoca impressão; que impressiona os sentidos por ser admirável; fascinante. Que comove; emocionante. Que causa deslumbramento; surpreendente.
Além de ser, arquitetonicamente, admirável e fascinante, cheio de detalhes e simbologias, foi no Pagode Shwedagon que vi o céu mais lindo dos meus 31 anos de vida, capaz de me emocionar pelo privilégio daquela vista. Ali, sentados no chão desse complexo que é ao mesmo tempo local da mais profunda religiosidade e cenário da vida cotidiana e de lazer dos birmaneses, presenciamos a grande estupa dourada se destacar cada vez mais sob o céu que se tingia de azul para laranja, rosa, lilás até ficar negro.
O nome Shwedagon é composto das palavras shwe, ouro, e dagon, que é o nome antigo de Yangon, a cidade onde ele está localizado – e que, durante o domínio britânico se chamou Ragoon. Segundo a lenda, ele seria o pagode mais antigo do mundo, pois existiria há 2.600 anos, mas segundo os vestígios encontrados em pesquisas, ele teria sido construído entre os séculos VI e X. Devido a vários terremotos e saques, ele foi reconstruído muitas vezes, então o que vemos hoje é uma sobreposição de diversas fases.
O que mais me impressionou em Shwedagon, além é claro da gigantesca estupa dourada – 325 pés de altura (cerca de 98 metros), coberta por placas de ouro – foi a importância dela pros Birmaneses e como eles tomam posse mesmo do local. Na nossa visita presenciamos os locais meditando, orando, fazendo oferendas, em silêncio contemplativo, como eu esperava, mas, também, ao mesmo tempo, junto e convivendo em paz, pessoas conversando, passeando com amigos e família, rindo e até festejando, como vimos uma festa de aniversário de criança acontecendo nas muitas construções que cercam a estupa. Em alguns momentos parecia até um parque de diversões mesmo, barulhento, cheio de luzes e cores, mas daí a um segundo víamos outro grupo super concentrado em contemplação. Então apenas sentar e olhar como as pessoas vivenciam Shwedagon era uma grande atração.
Além dos usos religiosos e de lazer, Shwedagon também tem presença na vida política do país. Ali se deu o famoso discurso de Aung San Suu Kyi em 1988 e também foi cenário da revolta dos monges em 2007 e estão enterrados lá Supayalat, a última rainha da Birmânia, U Thant , ex-Secretário Geral da ONU e a mãe de Aung San Suu Kyi, Daw Khin Kyi. Sabendo disso tudo é triste pensar no impacto que teve a dominação inglesa quando Shwedagon ficou sob controle militar britânico por 77 anos, até 1929.
Minidicionário
Estupa: também zedi ou chedi, tem de todos os tamanhos, desde bem pequenas até gigantes, como Shwedagon. Originalmente era usada para guardar restos mortais. Hoje podem ser para guardar relíquias, comemorar alguma data ou como símbolo de aspectos teológicos budistas. A estupa também pode simbolizar o caminho de Buda para a iluminação. Normalmente têm uma base quadrada, uma parte esférica central e uma sombrinha no topo.
Pagoda: paya, em birmanês, e pagode, em português. É o conjunto de estupa mais os templos que a cercam, como em Shwedagon.
Templo: como Buda não é um Deus, não existe um lugar de veneração, como os templos. Eles usam a palavra Ku, que tem origem em “cave” e para eles é um lugar de meditação.
O Shwedagon Paya, é composto da estupa e mais 64 pagodes de estilos e 4 templos maiores nos pontos cardeais. Segundo a lenda, dois comerciantes de Asitanjana estavam no país Mon logo após Siddhartha ter atingido a iluminação, há 2500 anos e decidiram visitá-lo, presenteando-o com bolos de mel. Após Buda comer os bolos, os imãos lhe pediram um presente e receberam oito fios de cabelo de Buda.
Esses fios estariam guardados em Shwedagon. A estupa teria recebido sua cobertura de ouro a partir do século XV, quando a rainha Shin Sawbu teria doado seu próprio peso em ouro – 88 libras – para isso. O ouro foi transformado em pequenas folhas e aplicados à estupa. Mais tarde o rei Dhammazedi teria doado 4 vezes seu peso e de sua esposa em ouro e assim a tradição continuou. Um sino de 30 toneladas foi doado mais tarde, mas roubado no século XVII e acabou afundando no rio. A história se repetiu, quando outro sino foi roubado durante a I Guerra Anglo-Birmanesa, também afundando no rio. Este pelo menos foi recuperado mais tarde, em 1926.
Visita
A entrada (US$ 8) dá direto ao uso de um lift para chegar ao terraço principal, mas nós optamos por subir por uma das 4 escadas. Utilizamos a escada sul, que tem na entrada a imagem de dois Chinthes (mas estava em obras, uma pena) e é coberta, portanto não dá visão da estupa enquanto se caminha para ela, e totalmente repleto de pequenas lojinhas que vendem desde flores para oferta a Buda até bugigangas chinesas. Então, o impacto quando se chega ao terraço é enorme. A escada Oeste é a única sem lojinhas no caminho. A entrada Norte também tem imagem de dois Chinthes, lojas e o Mausoléu dos Soldados Heróicos, em honra dos que lutaram na independência e a entrada Leste é onde ficavam, originalmente, as inscrições que contam a história do local, mas que hoje estão na esquina Norte do terraço.
O topo da escada leva ao terraço principal, que é o do nível intermediário e onde estão a estupa e todos os pagodes menores. Os outros dois terraços de Shwedagon são o de cima, que é o mais sagrado e onde apenas homens podem ir (estrangeiros são proibidos), e o de baixo, que é uma faixa que circunda o templo por fora, acessível por saídas laterais das escadas.
Fomos direto ao pátio principal e começamos nosso passeio como manda a tradição: dando a volta na estupa no sentido horário. Fomos parando para ver alguns dos inúmeros detalhes da construção e observar as pessoas. Os birmaneses acreditam que Shwedagon contém 9 maravilhas, imagens e locais sagrados cuja reverência pode lhes conceder a realização de seus desejos.
Além das 9 maravilhas, há altares para os Budas de cada dia da semana e uma tradição é “lavar“o “seu”Buda, ou seja, banhar o Buda correspondente ao dia da semana em que você nasceu. Como nasci em uma segunda-feira, fiz questão de ir “lavar meu Buda” na esquina da segunda.
E, por fim, quando o sol começou a se despedir, nos sentamos num canto e ficamos só observando o espetáculo. Por isso, recomendo que a visita seja feita na parte da tarde. Não preciso ir muito no fim do dia, pois a visita, se você quiser ver os templos de todo o complexo, vai demorar bastante. Indo após o almoço dá para aproveitar e e também ter a maravilhosa vista do pôr-do-sol e, ainda, ver a estupa iluminada à noite.
Shwedagon Pagoda from Jackeline Mota on Vimeo.
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Site: http://www.shwedagonpagoda.com/
Localização: A entrada sul fica no fim da Shwedagon Pagoda Road
Funcionamento: diariamente, de 4h às 22h; última admissão às 21h45. Exceto nos dias seguintes ao Waxing Day of Tabaung, em março, e ao Waxing Day of Wakhaung, em junho.
A entrada custa US$ 8.
Há caixas de doações distribuidas ao longo do pagode. É possível fazer doações com recibo sob o nome da família, contatando o Board of Trustees Office.
Tempo para visitar: Reserve pelo menos umas 3 horas. E a minha dica é para ir à tarde e esperar o sol se pôr.
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Fotos: Viaje Sim!
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Excelente informações ja copiei tudo, vamos pra la agora em novembro
Voces foram ao parque proximo?
Qual parque vc se refere? Acho que lembro de um parque grande nessa área, mas não fomos a nenhum parque não. Só fomos as principais templos, batemos um pouco de perna pela região do porto, centro, chegamos ate o bairro indiano e voltamos. Abs,
excelente explanação sobre as maravilhas de Myanmar, graças aos seus relatos , decidi ir à Birmânia. gostaria que vc me enviasse o email do Sr. Aung Aung de Began . grato – PARABÉNS PELA SUA VIAGEM MEMORÁVEL.
Que bom que gostou, Claudio. Estou enviando o email pra vc.
abs!
Maravilha, viajei no seu relato.
Que bacana que gostou, Luiz.
abs e obrigada pelo comentário.