Myanmar, Burma – uma introdução

por Jackie Mota 13.ago.2014

Alguns sonhos de viagem nascem de pequenos contatos na infância, de uma frase em um livro, de uma referência em um filme, de um relato de um viajante e, alimentados ano após ano se transformam em amor. Outros sonhos nascem como paixões: avassaladores. Meu caso com Bagan, no Myanmar, se encaixa nesta segunda categoria. A  primeira vez que ouvi falar de Bagan foi no ano passado. Já tínhamos passagens emitidas para a Ásia e Rômulo me mandou aquela foto. Era um balão sobre uma paisagem que apenas posso descrever como surreal. E foi o que bastou para que a partir daquele momento eu mantivesse a firme determinação de passar o meu aniversário, 9 de maio, em Bagan.

Naquele mesmo dia fui atrás das informações sobre a foto. Era de uma empresa que fazia vôos em Bagan, a Balloons over Bagan. Não precisei sequer enviar um email para descobrir que não seria possível fazer o sobrevoo. Por causa do vento, chuva ou qualquer outra condição que um apelativo “mas é meu aniversário e eu queria tanto” não poderiam mudar, os balões não levantam vôo durante o mês de Maio. Mas, provando que aquilo era mesmo paixão, sem razão, sem lógica, apenas com um desejo enorme do encontro, saber que não faríamos o passeio de balão me deu a certeza ainda mais forte de que eu queria passar meu aniversário na cidade.

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A imperial Bagan e seus milhares de templos

Comecei então as pesquisas sobre aquele país. Pesquisas sempre feitas três vezes, procurando por Myanmar, Burma e Birmânia, já que o país trocou de nome para República da União de Myanmar em 1989, mas existe uma grande parcela tanto de cidadãos quanto de viajantes que se recusa, por motivos políticos, a utilizar o novo nome. A questão não é simples, como nada neste país tão antigo e tão novo na “nova ordem mundial”.

Visitar o Myanmar atualmente é se surpreender com um cenário, uma cultura e um povo muito diferentes do nosso e, principalmente, com o processo de integração de tudo isso a esse mundo que nós já conhecemos bem. Ao mesmo tempo em que enquanto estamos lá parecemos estar suspensos no tempo, visitando monumentos com quase um milênio de história e vivendo tradições cuja idade nem se pode precisar, vemos os sinais da feroz velocidade ocidental aparecendo aqui e ali, surgindo naquele cenário como “falhas na matrix”. Observar esse encontro, do Myanmar até pouco tempo isolado  com este nosso planeta tão urgente e avassalador é assustador. Que Myanmar sairá disso tudo é impossível prever e se encontrar ali agora é testemunhar como tudo anda mudando rápido, o tempo todo.

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A cúpula dourado do Shwedagon Pagoda, em Yangon, ao fundo sob o céu mais lindo que já vi na minha vida

O guia de viagem trazia informações desencontradas dos sites que por sua vez não batiam com os relatos.  Usei como linha mestre do planejamento a edição mais atualizada sobre o país, da Lonely Planet, em inglês. No entanto, já antes de embarcar descobri que muitas informações estavam desatualizadas e provavelmente quando você ler este post as informações que recebi já terão caducado. Isto se mostrou especialmente verdadeiro em três pontos: os procedimentos para obtenção de visto, o dinheiro e o acesso à internet, o que comprova o impacto que a abertura  para o turismo vem causando no país. Darei as informações práticas no próximo post, mas, repito, que visitar o Myanmar hoje é se surpreender não apenas com o país, mas com esta trajetória dele ao encontro do nosso velho mundo conhecido.

De onde vem um nome: o termo Burma, Birmânia, em inglês, vem de Burmese Bamar, a principal etnia do país. Myanmar seria uma versão aliterada disso, enquanto Burma viria da versão coloquial. 

Apesar de ter vivido tão isolado e oprimido no último século, o povo do Myanmar é muito receptivo. E, no que melhor posso definí-lo, é simples. Sim, são também pobres, é verdade, tanto na desértica Bagan, com aquela pobreza idílica rural, quanto na metrópole, Yangon, suja e agitada. Mas acima dessa pobreza flutua uma aura de paz que parece conferir a cada rosto um sorriso permanente, mesmo que este não se veja com os olhos.

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Mesmo as crianças já tem os dentes vermelhos por mascarem a noz de betel, um costume local que o governo vem tentando mudar, por ser prejudicial à saúde

São um país e um povo diferentes aos olhos e às primeiras impressões. São templos e templos e mais templos tão diferentes entre si quanto o espetacular Shwedagon Pagoda, dourado e imponente e os detalhados, amplos, labirínticos e absolutamente únicos templos em Bagan. São homens de saia, crianças e mulheres de rosto pintado com serragem (a tanaka) e os onipresentes sorrisos de dentes vermelhos pelo mascar do Paan (Nóz de betel). É uma cidade ao mesmo tempo imperial, com suas cúpulas reluzentes, e em frangalhos, com calçadas com buracos que já se tornaram parte da cultura. Um povo pobre, mas que ama tanto a leitura que bancas vendendo livretes, e xerox e cópias mais baratas de livros podem ser encontradas com a mesma facilidade com que se acha água. Um povo paciente, capaz de fabricar a melhor laca do mundo, um negocinho que, mesmo que fosse mal feito já afia um trabalho tão imenso que eu canso só de pensar. Um povo que não fala inglês perfeito, nem com sotaque britânico, mas que fará de tudo – ouvir com atenção, fazer mímica e sorrir, sorrir muito – para te entender e ajudar.

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Além do número e das dimensões, impressiona em Bagan a diversidade de estilos e detalhes dos templos

Vai pra onde mesmo, filha?

Assim como minha mãe, 80% das pessoas que me perguntavam sobre nosso roteiro na Ásia nunca tinham ouvido falar do Myanmar – e, às vezes, nem da Birmânia. A grande responsabilidade disso não é a distância pro nosso país ou a cultura antiga do país, mas algo bem mais triste: o longo regime político opressivo que desde a década de 1960 isolou o Myanmar do resto do mundo.

A situação só “melhorou”(com muitas aspas) a partir de 2010. Naquele ano o país voltou às urnas, após 2 décadas sem eleições, como parte do processo de “renascimento disciplinado da democracia“. Vê-se, pelo nome que não pode ser nada muito democrático de fato. Mas foi a partir deste ano, também, que países como os EUA iniciaram a retirada das sanções econômicas ao regime e os turistas começaram a voltar, a pedido do principal partido de oposição (como falarei mais abaixo).

Um milênio de História

As origens do Myanmar atual podem ser traçadas de volta até Primeiro Império Birmanês, o Império Pagan (ou Bagan) Entre as dezenas de etnias que se espalhavam e permaneceram intocadas por séculos nas montanhas do país, viviam quatro reinos ancestrais principais na Birmânia: os Pyu, os Rakhaing, os Bamar e os Mon. Os Bamar, sob o rei Anawrahta conseguiram vencer os Mon e se unificar e, por volta do ano 1000, na região do Vale do Irrawaddy, esse império promoveu a expansão da cultura e da língua birmanesa e da religião Budista Theravada. Segundo as Crônicas do Palácio de Vidro (a primeira história oficial do Myanmar, do século XIX e que é citada como fonte em publicações do governo), a origem da dinastia está no clã do próprio Buda, no século IX, na India. É dos séculos de apogeu do império Bagan os templos que se pode visitar atualmente na cidade de Bagan, sinais da riqueza e religiosidade do império. O povo Bagan teria tido uma linhagem de 55 reis e sua queda se deu no início do sécio XIV, quando o rei Narathihapate decidiu executar os enviados de Kublai Khan, do Império mongol, motivando a invasão mongol ao Império Birmanês.

Até o século XVI a região permaneceu fragmentada, com os Shan e os Mon voltando a estabelecer reinos próprios. Em meados do século XVI, a dinastia Taungoo conseguiu reunificar os reinos, formando o Segundo Império Birmanês, o maior império do sudeste asiático na época. No entanto, após a morte do rei Bayinnaung, o reino se desintegrou e o território caiu na mão dos vizinhos Siameses – o Império de Sião era, basicamente, o que hoje conhecemos como Tailândia – e dos portugueses.

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Uma família espera para atravessar a rua em Yangon: sombrinhas e a Tanaka no rosto servem para proteger do sol e calor fortíssimos

Em 1613, o Império Taungoo foi restaurado – Terceiro Império Birmanês – e derrotou e expulsou os portugueses e, no ano seguinte, os Siameses. Este império duraria pouco mais de dois séculos, mas foi bastante importante para fundar as bases sociais e econômicas do país, retirando a autonomia de outros reinos como os Shan. Eles foram derrotados pela Dinastia Hanthawaddy, que por sua vez caiu para a Alaungpaya Konbaung. E esta, por fim, unificou o reino de Norte a Sul e estendeu seus domínios até o Laos, derrotando Sião e expulsando os chineses.

A vitória da Birmânia sobre Sião em 1767 ficou conhecida como Guerra Birmanesa-Siamesa e pôs fim a uma dinastia de quatro séculos em Sião, cuja capital era Ayuthaya (visitamos as ruínas da cidade na Tailândia), e estimulou o surgimento de um novo centro pro reino, a cidade que se transformou no que hoje é Bangkok, com a dinastia que ainda se encontra no poder.

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Romulinho em um dos templos em Bagan

Mas, bem, omo império só tem um destino nessa vida, que é a guerra, elas prosseguiram. E a Birmânia prosseguiu lutando com Sião e contra invasões chinesas. Os sucessores de Alongpaya também estenderam seus domínios para o Oeste, na direção da India, incorporando Rakhaing, onde os britânicos tinham interesses comerciais, e despertando o interesse dessa nação quase nada poderosa. Então, em 1824 teve início a primeira de três Guerras Anglo-Birmanesas. Diz-se que a dinastia Alongpaya tinha um senso de invencibilidade muito forte e o povo acreditou que venceria os britânicos. Mas, apesar de terem sido necessárias três investidas, ao final da última, em 1885, o Reino Unido anexou todo o território da Birmânia.

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Colar folhinhas de ouro é tradição em vários locais do país. Em Bagan, colei em um Buda. Além do ouro, o país tem entre seus recursos naturais jade e a árvore Teca, com a qual fazem a laca

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Em cima da escada, colando ouro no Buda

Durante a primeira guerra, justificada pela entrada de tropas birmanesas no território britânico indiano, os ingleses obtiveram Rakhaing e Tenasserim, através do Tratado de Yandabo. Na segunda guerra, que ocorreu sob o reinado do impopular Bagan Min e justificada pela acusação de sequestro de dois oficiais ingleses, as tropas britânicas tomaram controle de todo o Sul, incluindo Yangon e chegaram até Prome.

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O reinado do rei seguinte, Mindon Min, foi turbulento. Ele estabeleceu a capital no Norte, em Mandalay, e viu a família, literalmente, se matar – seus próprios filhos assassinaram seu meio irmão. Com sua morte repentina em 1878 assumiu Thibaw Min, que seria o último rei birmanês. Seguindo a tradição de início de reinado, Thibaw Min promoveu um massacre de todos os apoiadores do rei antecessor que pudessem lhe causar problemas. No entanto, nesta época uma matança desse tipo já não passava desconhecida no mundo e os britânicos aproveitaram o episódio para ganhar apoio na mídia para sua última investida. Em 1885, apenas duas semanas de operação militar foram suficientes para capturar  Mandalay e, assim, toda a Birmânia.

Colônia Britânica

O período colonial durou até 1948. Os britânicos implantaram uma administração direta apenas onde os Bamar eram maioria, permitindo que outras etnias como os Chin, Kachin, Shan, Kayin e Kayah permanecessem com bastante autonomia. A Birmânia foi inicialmente uma província do império indiano,  até 1937, e só a partir de então com um governo colonial próprio. Durante este período,  muitos indianos e chineses migraram para o país e dominaram o comércio. Junto aos Anglo-Birmaneses, os indianos dominavam a vida na Birmânia – chegaram a ser maioria em Yangon. Esta, aliás, tornou-se a nova capital da birmânia, sob um novo nome: Rangoon.

A influência britânica no dia a dia do país é bem perceptível, o trânsito já teve mão inglesa, mas hoje segue a francesa, mas a maioria dos carro ainda tem o volante do lado direito – não vou dizer que o hábito de tomar chá é influência britânica, pois não tenho dados históricos para provar isso e afinal, como mostra o Hall of Opium no Norte da Tailândia, foi o Império Britânico quem adotou um costume da Ásia; mas enfim, eles tomam muito chá. Também é fácil notar, em Yangon, a presença indiana no comércio e é muito perceptível a diferença de comportamento entre os birmaneses e os indianos.

E essas diferenças, junto ao tratamento diferencial dado à população nativa, eram um grande problema entre a colônia birmanesa e o império britânico. Os birmaneses reclamavam que os estrangeiros não respeitavam seus costumes, especialmente os religiosos, como o de tirar os sapatos para entrar nos templos e pagodas e enfrentavam dificuldades, por exemplo, para acessar o ensino superior. Por isso, os monges budistas e estudantes se tornaram os porta-vozes do movimento de independência da Birmânia.

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Uma grata surpresa: a culinária local. Esse é um almoço típico e um dos meus preferidos era o manjericão frito. Uma delícia!

O domínio britânico perdurou até a Segunda Guerra Mundial. Em 1940, o General Aung San formou um exército para lutar contra a Metrópole, financiado e com base no Japão, que estava interessado em formar seu próprio império na Ásia e, por isso, queria o Reino Unido bem longe dali. Em 1942, quando Japão e Reino Unido já estavam oficialmente em lados opostos no conflito mundial, os japoneses invadiram a Birmânia – o exército Tailandês também ocupou território do país –  e a administração britânica ruiu.

Na retomada da Birmânia ficaram famosos os Chindits, força especial aliada, liderada pelo Major General Orde Wingate. Eles se embrenharam atrás das linhas japonesas e recebiam todos os suprimentos por via área. Foram duas expedições, em 1943 e 1944, e a última foi a segunda maior invasão aérea da Guerra. O nome vem de Chinthe, a besta que é metade leão metade pássaro que costuma proteger templos na Birmânia.

A Birmânia foi um teatro de guerra importante para a Guerra do Pacífico e as perdas humanas ali foram enormes. Estima-se que entre 170 mil a 250 mil civis birmaneses tenham morrido no conflito. Os birmaneses ficaram divididos e, entre 1942 e 1944, uma parte lutou do lado japonês, passando a apoiar a antiga Metrópole dali até o término do conflito, em 1945. Outra parte da população se manteve fiel aos britânicos durante toda a Guerra.

Em Bagan é possível visitar um templo, perto do Rio, que possui câmaras no subsolo que eram utilizadas pelos moradores para se refugiar dos bombardeios durante a II Guerra Mundial. Com o fim da guerra, o general Aung San negociou a independência da Birmânia como um estado soberano unificado, contendo diversos povos e etnias, sob o nome de União da Birmânia. Ele se tornou-se o líder de um Conselho de transição, mas não chegaria a ver o país independente, pois, ainda em 1947, foi assassinado junto a vários outros membros de seu gabinete.

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Super comum esses ônibus antigos tanto em Bagan quanto em Yangon. Alguns foram doados pelos japoneses. Só que o trânsito no Myanmar tem mão inglesa, ou seja, a porta é do lado contrário. Imaginou a confusão?

Um Estado soberano

O país se tornaria soberano somente em 1948 e viveria menos de duas décadas de democracia regular. Em 1962, o general Ne Win liderou um golpe militar e permaneceu no poder governando através de um Conselho Revolucionário que estatizou empresas e implantou uma versão própria do socialismo. O governo de Ne Win foi a ditadura militar mais longa do mundo e entre suas medidas que ajudaram a isolar o Myanmar estavam a emissão de vistos de turismo com duração máxima de 24 horas e o controle de todas as publicações que entravam no país. As principais multinacionais deixaram a Birmânia e o planejamento central da economia levou o país, que antes da II Guerra havia sido o maior exportador de arroz do mundo, à fome.

Mesmo com severa repressão, o povo, especialmente estudantes e monges, organizava protestos pedindo democracia. O mais importante deles ocorreu em 1988 reunindo marchas em plano nacional, e ficou conhecido como a Revolta de 8888, por ter seu principal acontecimento em 8 de agosto. A revolta teve fim em setembro, após centenas de mortes (fala-se em milhares, mas sem confirmação) com a instalação de um novo governo, o State Law and Order Restoration Council (SLORC). A reação do governo foi condenada no cenário internacional e os EUA, por exemplo, passaram a aplicar embargos de armas, suspenderam preferências de comércio e toda o tipo de ajuda (exceto a humanitária) ao país.

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Ronda das almas: os monges não podem comprar ou pedir nada para si, nem alimentação. Por isso todas as manhãs passam pelas ruas e as pessoas vão doando comida a eles. Foto tirada em Bagan.

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De Birmânia a Myanmar

O SLORC mudou o nome do país para União do Myanmar em 1989 e autorizou eleições, que se realizaram em 1990, mas não acatou o resultado que deu maioria das cadeiras do parlamento ao partido de oposição, a National League for Democracy (NLD). Em vez disso, a  junta determinou a prisão domiciliar de Aung San Suu Kyi, líder do partido.

Além da mudança de Burma para Myanmar, o governo mudou também o adjetivo, que se tornou “Myanma“, sem a letra R. Por isso a empresa de aviação do governo, por exemplo, chama-se “Myanma Airways”, sem o r, pois é a grafia oficial.

A história de Aung San Suu Kyi ajudou o mundo a prestar um pouco mais de atenção ao Myanmar. Filha do  general Aung San, idealizador da independência do país, Suu viveu por um período na Inglaterra, onde se casou e teve filhos, e voltou a seu país quando sua mãe estava doente, no fim da década de 1980. Ela assistiu à violenta repressão do governo aos protestos da população e decidiu, então, ficar na Birmânia e atuar politicamente. Sua decisão custaria sua liberdade – prisão domiciliar de 1989 a 1995, depois de 2000 a 2002, e novamente de 2003 a 2010 – e a separação de sua família.

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Detalhe do Chinthe em Bagan

No ano de 1991, Aung San Suu Kyi recebeu o prêmio Nobel da Paz. Quer dizer, ela foi vencedora, mas quem recebeu o prêmio foram seu marido e filhos, pois ela permanecia na Birmânia. Para forçá-la a abandonar suas pretensões políticas, o governo se negava a conceder visto de entrada à sua família, e ela sabia que se saísse, não poderia voltar a seu país. Assim, mesmo quando seu marido teve câncer e faleceu, ela permaneceu na Birmânia, onde vive até hoje e atua politicamente.

O prêmio de Aun San Suu Kyi e o filme feito posteriormente com sua biografia (The Lady) chamaram atenção para a situação da Birmânia. Eu assisti ao filme e cheguei ao país bem curiosa para saber o que o povo achava dela. Por segurança, eu nunca puxava uma assunto político, mas me deixava aberta para que o fizessem. Em Bagan vi em alguns locais fotos de Suu nas paredes – e até dei um jeito de fotografar, mas de forma discreta. Já em Yangon, um monge que conversou conosco nos disse que ela não teria apoio para governar, pois “é casada”com um estrangeiro e, por isso, não pode ser aceita. O marido dela, na verdade, já faleceu, mas isso revela as dificuldades que costumes e tradições ainda vão acrescentar aos desafios políticos no pais.

Veja o Trailer do filme, The Lady, que conta a história de Suu. Eu gostei bastante:

O SLORC mudou de nome em 1997, o general linha dura Than Shwe assumiu em 2004 e transferiu a capital do país de Yangon para uma cidade que foi inteiramente construída, Naypyidaw (Cidade dos Reis), em 2005. Em 2007, pela primeira vez a situação aflitiva do Myanmar ficaria visível nas telas de TV do mundo todo, com vídeos clandestinos mostrando a repressão à Revolução do Açafrão (referência à cor do robe dos monges). Iniciados devido ao anúncio do corte do subsídio no combustível, os protestos evoluíram para um amplo movimento de resistência pacífica que teve os monges na linha de frente. A repressão feroz do governo ao movimento foi criticada no mundo todo e aumentou ainda mais as sanções econômicas contra o país.

A situação do governo militar tornou-se cada vez mais criticada internacionalmente e complicada financeiramente. E, infelizmente, o povo continuou a sofrer. Em 2008 o país viveu seu pior desastre natural da história, o Cliclone Nargis. A resistência do governo a permitir a entrada de ajuda humanitária só piorou a situação e calcula-se que 200 mil pessoas morreram ou desapareceram. Além disso, há conflitos constantes entre o governo e minorias étnicas que causam um grande número de deslocados pela guerra.

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Fazendo a tanaka

O governo mudou novamente o nome do país em 2008, dessa vez para República da União de Myanmar, e agendou novas eleições para 2010 como parte do “renascimento disciplinado da democracia” que citei no início do post. As eleições aconteceram, mas a ONU e outros observadores internacionais denunciaram o processo como fraudulento. Mesmo  assim, o Partido da União Solidária e do Desenvolvimento assumiu o governo e a a junta militar foi dissolvida.

O Myanmar recente 

Desde então o mundo discute se realmente existe uma democracia no horizonte do Myanmar ou se o país continuará sob o jugo de um governo sem apreço aos direitos básicos da população. Apesar de o país ter feito alguns avanços, como a legalização da NLD e a criação de uma Comissão Nacional de Direitos Humanos, ainda existem pelo menos uma centena de prisioneiros políticos e mais de um quarto dos 60 milhões de birmaneses vive na pobreza.

A economia melhorou com a entrada do país na ASEAN, a volta ou entrada de companhias como Ford, Coca-cola, Mastercard e Unilever, mas um dos problemas visíveis, por exemplo, é a insuficiência enérgica. Yangon, a capital – NyPyiTaw é a capital administrativa -, é reconhecida pela escuridão à noite. Nós, por exemplo, ignoramos o conselho de levar lanternas para lá e o resultado foi a total incapacidade de sair do hostel no primeiro dia. É que, além da escuridão, Yangon sofre com imensos buracos nas calçadas e ruas. Boa combinação, não?

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Apenas mais um buraquinho comum nas ruas de Yangon

Big Brother Birmânia: o escritor George Orwel, autor de 1984, serviu por cinco anos na força policial imperial indiana na Birmânia. Da sua vivência nasceu seu primeiro romance, “Dias na Birmânia”. Na história, ele mostra como o sistema colonizador britânico era corrupto e capaz de despertar o pior do ser humano.

Outros dos principais desafios da Birmânia é que o que é hoje considerado o país reúne inumemos reinos e etnias – apenas as reconhecidas pelo governo somam 135. O desafio tem dois aspectos. Primeiro, o dos grupos separatistas, como o Exército de Independência Kachin, que luta pela separação do povo Kachin, composto de seis tribos, no Norte do país e reivindica território também da China e do Nordeste da India ou do Exército do Estado Unido Wa, braço armado do Partido do Estado Unido Wa, composto por remanescentes do Partido Comunista birmanês, com apoio chinês, que reivindica controle sobre território no Norte do país.  Esses exércitos vem sendo denunciados por inserirem jovens cada vez mais novos no conflito, as chamadas crianças-soldados. O outro aspecto do problema é que outros grupos, a quem historicamente vem sendo concedida uma dose de autonomia, se tornam obstáculos ao avanço da democracia porque não se interessam em participar de mudanças políticas no que seria um “país”, por não se reconhecerem como parte dele.

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Os birmaneses são completamente apaixonados pela leitura

As disputas nas áreas de fronteira, especialmente no Norte, estão intimamente ligadas, ainda, a outro problema: o tráfico de drogas. O Myanmar é o terceiro maior produtor ilegal de ópio no mundo e essa região, junto a fronteira da Tailândia e Laos, compõe o chamado Triângulo Dourado. O Exército do Estado Unido Wa, por exemplo, recebeu em 1989 permissão oficial do governo para operar seus “negócios”na região e em 2003 os EUA os incluíram na lista de organizações narcotraficantes.

Há casos, ainda, mais graves, como os dos Rohingya. Eles são muçulmanos do estado de Rakhine, mas não são reconhecidos pelo governo como uma “raça nacional” e, por isso, não têm cidadania, sendo classificados como residentes estrangeiros. Uma política oficial que os persegue vem sendo desenvolvida há décadas. O mesmo acontece com os nascidos de pais birmaneses que deixaram o país ilegalmente, como os milhares de perseguidos políticos.

Por fim, com uma maioria esmagadora budista, 89%, a religião de grupos minoritários também tem causado conflitos. Já estávamos de volta ao Brasil quando li uma notícia que informava que assassinatos entre budistas e muçulmanos em Mandalay haviam levado o governo a impôr um toque de recolher na cidade para estancar a violência.

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No complexo de Shwedagon é possível encontrar os Budas de cada dia da semana e seguir o costume de dar uma banho no “seu”Buda, o do dia da semana em que você nasceu

Shwedagon

Turismo responsável

Devido à situação política do Myanmar, até 2011, os líderes de oposição pediam que os turistas boicotassem o país. A idéia era não gerar renda para financiar o governo que massacrava seus cidadãos e para que as dificuldades financeiras forçassem a abertura política.

Em novembro de 2010, o partido de Aung San Suu Kyi recomendou que o boicote ao turismo acabasse, declarando que todos que desejassem visitar o Myanmar deveriam ser bem-vindos e que o turismo responsável deveria ser encorajado. O partido pediu, no entanto, que os turistas continuassem boicotando os pacotes turísticos e as grandes operadoras e cruzeiros. Segundo o partido, este tipo de turismo gera um benefício econômico e social limitado para o povo birmanês e grandes lucros para o governo. Por isso, admite-se que algum dinheiro do turismo sempre chegará ao governo, mas pede-se que os turistas procurem ao máximo fazer o dinheiro chegar diretamente ao povo. Os políticos de oposição reconhecem que, além do benefício econômico, o turismo pode ter um papel importante ao promover o intercâmbio de conhecimento e idéias entre o povo do Myanmar e o mundo. Podemos tanto levar notícias que a censura local não permite que chegue a eles quanto promover sua luta nos nossos próprios países.

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Um dos templos em Bagan, à noite

Sem dúvida alguma disseminar a causa dos birmaneses é uma retribuição muito, muito pequena para um país com tamanha riqueza que é aquele povo tão incrível e que nos recebeu tão bem. Sei que o texto ficou longo, mas espero, sinceramente, que ele possa ter despertado pelo menos um pouco do seu interesse para esse país que, qualquer que seja o critério, merece ser conhecido.

No próximo post darei dicas práticas para quem está organizando ou, começou a querer agora, uma viagem ao Myanmar e, em seguida, contarei dos nosso dias em Yangon e Bagan. Quem tiver dúvidas, por favor, deixe nos comentários.

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Felizes nos nossos “dias na Birmânia”

Índice de posts sobre o Myanmar

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Publicado por Jackie Mota

Uso minha formação em jornalismo e minha experiência organizando as viagens da minha própria família para escrever posts didáticos e detalhados para poupar o SEU tempo. Nos meus textos você encontra informações práticas apuradas com responsabilidade e organizadas de acordo com as necessidades do viajante. Referências histórias e análises sobre a política e impactos do turismo também estão presentes no meu trabalho para que você viaje bem informado, seguro e consciente - sou especialista em Relações Internacionais e Mestre em Estudos Estratégicos da Segurança Internacional.

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Comentários

  1. Andrea
    01 mar 2017

    Olá! Acabei de chegar do Myanmar e estava procurando impressões e textos com a história recente de lá quando me deparei com seu post. Parabéns! Muito informativo e conciso na medida ( sim, não ficou longo!). Obrigada por compartilhar suas impressões (que resumiram tão bem as minhas!!!!) e a história do país ( sei q não é fácil!). Valeu!

  2. Andrea
    01 mar 2017

    Olá! Acabei de chegar do Myanmar e estava procurando impressões e um pouco mais da história recente de lá quando me deparei com seu texto. Parabéns! Muito informativo, super bem escrito e , não, não ficou longo. Conciso na medida! Obrigada por compartilhar suas impressões, além do ótimo resumo da história.

  3. Patricia
    31 jan 2017

    Olá! Estou programando uma ida para a Ásia e terei aproximadamente 4 dias no Myanmar. Queria mais ,mas não será possível. Vou ficar um dia em Yangon e 3 em Bagan. Gostaria de saber como vocês fizeram para ir, como comprar as apssagens, se foram de ônibus e o que recomendam, bem geral mesmo. Obrigada!

  4. Alexandra
    16 jan 2017

    Olá Jackie! Tudo bem? Estou indo em Abril pra Myanmar e vi em um dos seus posts que eles fazem o festival das águas nessa época! Fiquei mais animada ainda.
    Gostaria do contato do seu motorista/guia e uma opinião: Tenho planejado 2 dias em Yangon e 1 em Bagan. Mas estou em duvida se fico mais tempo em Bagan. O que vc acha?
    Obrigada!

  5. Zelia Mariano
    06 set 2016

    Olá Jackei, Parabéns você não imagina como está sendo importante para mim suas orientações . . Por favor me envi o contato com Aung Aung . muito grata por tudo! Zelia Mariano. Segue meu email: zeliamariano@terra.com.br

    • 06 out 2016

      Zelia, fico mt feliz em ajudar. O pais é incrível mesmo!
      O contato esta indo pro seu email.
      abs,

  6. Eduardo
    07 mar 2016

    Parabéns pelo seu post, Jackie…
    estou indo pro Myanmar em abril….
    vou pra Tailândia primeiro, já conheço bem o país….. agora não sei se saio de Chiang Mai, ao norte ou se volto pra Bangkok e de Bangkok pego o avião pro Myanmar…
    Qual cidade vc acha que devo conhecer?
    Tenho muito pouco tempo…….
    Onde posso comprar coisas esculpidas em madeira lá?
    É barato?

    • 07 mar 2016

      OI Eduarod, nao entendi sua duvida: vc quer saber se vale a pena ir a Chiang Mai? Eu acho que vale porque é completamente diferente de Bangkok. Inclusive, não curti Bangkok e gostei do norte (fui mais ao norte, Chiang Rai).
      Quanto ao voo, de qq forma terá escala em Bangkok, entao não faz muita diferença nesse sentido.
      No Myanmar o básico é Yangon e Bagan, e Bagan se vc só tem tempo pra uma.
      Em madeira nao sei, o produto nacional lá é a Laca e vc acha em todo lugar, mas as de melhor qualidade vc acha no mercado em Yangon ou nas próprias oficinas que produzem em Bagan, há muitas.
      abs,

    • Shizue Fukuda
      10 abr 2016

      Que texto agradável de ler
      Muitos países da Ásia as crianças pedem dinheiro
      Sera que levar lapis caderno seria uma boa?
      Moro no Japao e passarei apenas por Yangon e Bagan

      • 18 abr 2016

        Olá, sim, eles AMAM livros. Leve livros (pode ser em inglês), cadernos, material de escola e brinquedos, que eles vão gostar muito. Fiquei feliz que tenha gostado do texto.
        Grande abraço e boa viagem,

  7. Jaqueline
    14 jan 2016

    Oi xará! Tudo bem? Você poderia me dizer qual agência você utilizou?

    • 20 jan 2016

      Usamos agencia apenas para o voo interno e visto (na época precisava, hoje em dia é mais fácil, faz tudo online): SEVEN DIAMOND.
      abs,

  8. Klébia
    20 ago 2015

    Parabéns pelo post! Encontrei-o justamente pesquisando a possibilidade de conhecer Myanmar. Você tirou minhas dúvidas: preciso conhecer esse encanto.

    Abraço!

  9. Isabelle
    10 ago 2015

    Oi Jackie,

    Estou começando a organizar minha ida ao Myanmar em janeiro de 2016. Amei os posts e estou guardando todas as dicas. Vou direto para la e ficarei aproximadamente 4 semanas. Você tem alguma dica para economizar com a passagem? Alguma companhia aérea ou país para fazer escala?

    Obrigada e beijo grande!!

    • 10 ago 2015

      Oi Isabelle, que sonho, 4 semanas no Myanmar. Olhe, da Tailandia para lá tem ótimos preços com a Nok Air. E daqui pra Tailandia aparecem algumas promos, outro dia mesmo vi por 1900 no Melhores Destinos. Bangkok é um hub, né, entao eu ficaria ligada nas passagens pra lá.
      beijos e qq coisa é só falar,

  10. Anderson
    21 dez 2014

    Oi Jackie, belíssimo post. Viajo em fev/2015 para o sudeste asiático e há um mês atrás coloquei Myanmar no meu roteiro, e hoje mesmo estava desistindo pela complicação de entrar e passar um tempo no país, o Lonely Planet não ajuda muito nesse sentido rs. Li por cima ‘Myanmar na prática’ e já estou com uma perspectiva melhor e esse post só veio a aumentar minha vontade de conhecer o país.

    Obrigado e parabéns 😉

    • 25 dez 2014

      Oi Anderson, que bom que o post está te incentivando a ir. Vale a pena demais!
      abs e obrigada pelo comnetário.

      • 08 fev 2015

        Hey Jackie, adorei o post, pena que só o achei agora após ter voltado de Myanmar. É incrível perceber as rápidas mudanças no país. Cartão de crédito, por exemplo, já é uma realidade. É possível sacar em ATM na cidade, pagar hotéis e restaurantes mais caros com cartão. O visto também é bem fácil. Eu tirei pelo site, imprimi e levei. Entre tira-lo e recebe-lo no email, foram exatos 3 dias. Minha entrada no país foi bem rápida com o visto nas mãos. Tirar o visto no aeroporto também é um processo bem simples. Enfim, lendo seu post vi que nossas sensações e emoções foram similares.

      • 16 fev 2015

        OI Lalai, pois é, é assustadora a velocidade como as coisas estão mudando no país. Fiquei sabendo do visto e imagino ue agora então é que mais turistas irão chegar em quantidade. Espero que o turismo leve dinheiro pro povo do Myanmar e que os ajude a ter melhores condiçòes de vida e preservar sua identidade. grande abraço e obrigada pelo comentário =)

      • Anderson
        17 abr 2015

        Oi Lalai, comigo foi a mesma coisa: exatos três dias para a carta de aprovação, e o visto no aeroporto foi bem rápido também.
        Jackie, o país está mudando rápido, especialmente Mandalay, porém, conheci um francês que morou por 8 meses em Yangon, e disse que o país não está tão excitado com a mudança, e há muita gente, estrangeiros que trabalham lá inclusive, tentando manter ao máximo possível a identidade do país.

      • 18 abr 2015

        Pois é, Anderson, está mudando em uma velocidade avassaladora. Eu entendo quem fica com o pé trás, afinal nessa avalanche”de mudanças muita coisa pode sair errada. E eu torço para que o pais se beneficie do turismo, por isso fiz questão de postar aqui sobre minha viagem. Estou louca pra voltar e ver como andar tudo!
        beijos,

  11. 08 set 2014

    Adorei conhecer um pouco sobre a historia do país. A Asia esta nos nossos planos de viagem, mas ja conversamos sobre a questão do turismo de massa e turismo responsavel, e estamos muito inclinados a deixar o passaporte receber o primeiro carimbo asiatico na Birmânia, mais do na Tailândia (que é um destino mega popular por aqui). Conhecer os aspectos historicos e politicos do pais pra onde pretendemos viajar é tão importante quanto escolher hospedagem e lugares a visitar, e o post ficou completissimo!

    • 08 set 2014

      Que bom que gostou do post, Nat. Eu com certeza indico o Myanmar pra quem quer ir à Asia.É minhadica numero 1 quando alguém me pede algo sobre a região. Foi nosso país preferido, de longe.
      Sei que o post ficou enorme, mas a história deles é tão rica. E eu nem me prendi a aspectos mais “curiosos” como os homens de saia e tal, coisas que todo mundo pode ver lá, in loco. Achei importante mostrar o background do povo, sabe?
      beijos!!

  12. 19 ago 2014

    Adorei o post Jackie. muito esclarecedor para quem, como eu, está planejando conhecer o país.
    O texto longo em tudo que a gente precisa para começar a entender o que se passou na história desse pais com uma bagagem cultural tão grande.

    Beijo, obrigada 😉

    • 19 ago 2014

      Que bom que gostou!
      O Myanmar é incrível eu poderia escrever muito muito mais rs
      beijo!

  13. 13 ago 2014

    Tem lugares que jamais imaginei ir, muitos que jamais irei, mas que se tornam paixões não só por suas belezas, mas pela paixão transmitida nos relatos, nas imagens. Essa postagem operou essa transformação, me entregou um paraíso novo, embora já o conhecesse de uma outra maneira. Como disse lá pelo twitter, pirei no post. Adoro narrativas longas (como as minhas), com a emoção das descobertas (sejam elas gigantes como essa ou singelas). Transmitir emoções e paixões são elementos transformadores e essenciais em qualquer blog de viagem. Valeu por hoje! BjO!!

    • 13 ago 2014

      Nossa, Paula, nem preciso dizer que o seu comment já compensou todas as horas que passei escrevendo e editando este post, né? Fez meu dia! Uma grande beijo,
      Jackie

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