Parem de falar mal das mudanças

Pronto, mudei. Digo, mudamos. Bom, na verdade, os dois. A família mudou de casa de novo, mas afinal, a verdade é que cada mudança de endereço carrega sempre no fundo tantas outras outras transformações. A própria decisão de levar o lar para outro canto ou ficar onde já se está acomodado reflete claramente o fluxo da nossa vida naquele momento. Às vezes é um turbilhão que nos engole e às vezes só seguimos um caminho que sentimos ser tão natual. Dessa vez foi assim. Há algum tempo percebemos que já tínhamos necessidades diferentes das prioridades de quando mudamos para a casa antiga. Então, fomos atrás de um local que pudesse acolher a vidinha que decidimos ter juntos.

Uma foto publicada por Viaje Sim! (@viajesim) em

Foto da janela do apto antigo num dos últimos dias por lá

O fluxo suave nos levou para bem perto, coisa de uns 2 km mais à frente. Mas foi o suficiente para, pela primeira vez em 10 anos, eu não ser mais moradora de Botafogo. Foram quase 3 meses de busca pelo lugar ideal e muitas história que me fazem ter vontade de criar uma página “Humans of Imobiliária” . Mas no fim, deu certo como achei desde o começo. Até porque, se tem uma coisa que a gente aprende se mudando tanto (já pedi a conta, mas foram cerca de 20 vezes) é que no fim dá sim tudo certo. Tudo entra nas caixas e um dia tudo sai delas de novo em algum lugar. No lugar certo.

Acabamos nos mudamos para o primeiro apartamento que eu tinha visitado e que, por algum motivo, não deu certo para a pessoa que tinha chegado primeiro lá atrás. A casa nova não tem armários, estantes, cristaleiras e prateleiras embutidas como o anterior, o que num primeiro momento poderia ser um problema. Mas, por outro lado, tem muito mais céu nas áreas abertas do jardim de inverno, varanda e quintal. E até um pouco de terra. Tem pouco espaço para guardar coisas, mas muito espaço para gente, para nossa família. Era o que queríamos.

Uma foto publicada por Viaje Sim! (@viajesim) em

Me diz se esse catioro tá ou não tá amando a casinha nova? 

Uma foto publicada por Viaje Sim! (@viajesim) em

E nesses três meses eu também mudei. Para começar, de rosto, finalmente tomando coragem para uma rinoplastia. Profissionalmente, com o blog (Viaje Sim!) recebendo um super financiamento e me levando a outro patamar na carreira. Por conta disso, também de rotina, com mais espaço para exercer a profissão. Felizmente, com menos tempo cuidando da saúde do Foucault, porque ele agora está bem estável e já não me demanda tanto. E, acima de tudo, de prioridades, porque aprendi a dizer não e não sou obrigada, o que significa o mesmo que dizer sim para mim mesma e para a felicidade.

Continuo dizendo não à disponibilidade virtual all time. Se já me recusava a ter apps com notificações, fui fundo na slow internet e aproveitei a mudança e a lentidão dos prestadores de serviço de telefonia e internet e um acidente de percurso (ops, iPhone caiu na privada) para um período hiper desconectado. Cheguei a ficar 3 dias sem aparelho celular, telefone e internet fixos e televisão. Verdadeiro detox, diriam alguns, não? É verdade que tive que usar um orelhão no período para resolver algumas pendências da mudança, mas tirando isso, segui offline e muito bem. O paradoxo é que quanto mais offline de redes sociais pessoais me mantenho, mais produzo. Quero até escrever um post sobre isso, afinal, parece contraditório ser slow internet e blogueira. Mas está aí o Viaje Sim! batendo e “rebatendo” recordes de acessos e de renda para provar que dá para ter mais céu e menos cel e ainda ser produtora de conteúdo digital.

blog dépaysement mudanças rinoplastia

Novo rosto, como sempre me vi (pretendo escrever sobre a rinoplastia, mas ainda está MUITO inchado, então vou esperar o resultado estar mais próximo do definitivo). A foto foi tirada no meu aniversário, em viagem ao Vale dos Vinhedos. As dicas estão no Viaje Sim!

Também aqui no Dépaysement tivemos mudanças: repararam no header novo? A ilustração foi feita sobre uma foto minha tirada na Capadócia que amo. Afinal, o arco-íris é um sinal claro que mesmo um céu carregado pode mudar-se para um visão colorida. E agora temos também um insta só pro blog: siga o @blogdepaysement. Comecei a postar algumas fotos da vida na casa nova, você pode procurar por #detalhesdaurca

blog depaysement

Galeria linda do Dépaysement no Instagram

Ah, mudei também de idade, quase me esquecia. Foram muitos aprendizados no ano que fechei, mas sem dúvida consolidei uma certeza comigo. E é de que a possibilidade de poder mudar e se mudar é uma dádiva. Gratidão porque amanhã é sempre outro dia e pode ser completamente diferente.

 

5 Comments on Parem de falar mal das mudanças

  1. Rosemerry
    7 de junho de 2016 at 21:45 (8 anos ago)

    Eita que essa blogueira me estimula, hahahahahahah
    Eu sempre tive medo da mudança, afinal nasci, cresci e vivi até casar na mesma casa, não poderia ser diferente, mas depois que casei, me mudei três vezes, mas que a vida intera…

    Sofri muito com a primeira mudança pois a primeira casa depois de casada carrega lembranças afetivas intensas, respirei fundo e segui os conselhos do marido visionário que cantou uma pedra lá em 2009 e com o boom imobiliário fez nosso apartamento quadriplicar de preço de 2009 a 2013.
    Mas a verdade é que é difícil chamar uma casa de lar, então me mudei pela terceira vez e aqui estou eu onde sempre quis estar… E aprendemos que não dá pra ter tudo no tempo que queremos e que as necessidades mudam ao longo dos anos, casei e queria uma casa, o tempo passou e nos mostrou que na verdade precisávamos era de uma lar.

    Sobre a internet travo uma batalha constante, é a lutar entre querer criar uma vida digital (iniciar uma caminhada como blogueira) e viver “simple life”, entre comprar somente o necessário e sigo cada dia mais pessoas no snapchat ( óhh vício). Filtro o que realmente vale a minha atenção, mas no fim do dia tenho que passar no instagram daquela moça que posta umas receitas mara! Enfim a internet é um vício, como se vc ficar sem se conectar vai ficar pra trás, desatualizada, e não, não é verdade.
    Mas vamos evoluindo e criando maturidade para criar um meio termo.
    Assim vc vai longe Jackie, mas confeso que depois que a Clarissa crio o snapchat queria que vc criasse um também ?????
    Bjus
    Tudo de bom na casa nova.
    Boa sabe que o gorducho tá bem.

    Responder
    • Jackie Mota
      8 de junho de 2016 at 14:05 (8 anos ago)

      é isso mesmo, nao da pra ter tudo o tempo todo e a vida muda tanto, que as vezes o que a gente queria tanto num momento não nos serve em outro. Aí não da pra ficar preso so pq a gente ja quis tanto, tem que seguir o fluxo =)
      Entendo bem essas questões sobre internet, mas acho que a questão é que nos vendem que há uma oposição entre ser digital, bem informado, conectado e estar o tempo todo disponível ou, pior, consumindo o que não precisamos e não queremos. Eu consinto com perfis em todas as redes, mas não “perco” tempo, pq so coloco o tempo que EU decido colocar. ah, snapchat não acho que vai rolar pq é MUITO ficar vendo a vida do outro não? E eu gosto de usar pra pegar informações etc e lá a informação some.
      Entao, pelo menos por enquanto não vejo utilidade pro perfil que eu estou agora de usaria de internet (eu acho suuuper útil, por exemplo, pra quem quer justamente que as pessoas vejam mais como ela é na intimidade, mudar uma imagem que as pessoas tenham dela etc, mas não é meu caso, pelo menos agora).
      um beijo!!!!
      ps: no comentario anterior eu falei de umas dicas que usava pra controlar meu tempo com internet qd tava no mestrado, veja se são úteis.

      Responder
      • Rosemery Fernandes
        8 de junho de 2016 at 14:15 (8 anos ago)

        A verdade é que temos que ter muuuuiiito filtro nessa vida!

        Snapchat é isso mesmo ficar vendo a vida do outro, mas é de impacto muito rápido e nem todo perfil realmente se encaixa, no seu caso somente serveria, eu acho, quando vc fizesse em viagens, como se pudessemos viajar com vcs. Mas vc tá certíssima temos que poupar nosso tempo e usar realmente no que vale a pena, arinal ele é tão raro né.
        Vou te tar seguir suas dicas.
        Quando puder fale mais sobre ?
        Bjus

        Responder
  2. Van
    7 de junho de 2016 at 20:04 (8 anos ago)

    Jackie, sempre tive muito medo do “novo”, mas olha, até que é legal. Tenho tentado me desconectar também, tô começando a desinstalar certos aplicados com notificações também e agora, começando a escrever a dissertação, aí mesmo que terei que me ausentar das redes sociais. Que você continuem muito felizes no novo lar! Beijinhos :*

    Responder
    • Jackie Mota
      7 de junho de 2016 at 20:42 (8 anos ago)

      Van, dá medo mesmo, normal, mas encarar o medo quase sempre resulta em boas coisas. Olha, pra escrever dissertação tem que ter muita disciplina, ne? Eu penei na minha. Eu ate tinha apps de redes sociais no emu celular, mas nenhum, nem email, com notificações. Isso deixa qq um ansioso, tá louco. Outra coisa é que não levo celular pro quarto. Por lá, so livros. E isso evita que vc acorde e vá direto pro celular tb. Agora to com celular sem nenhuma rede e uso apenas nos horários de trabalho mesmo, interajo com o pessoal e tudo, mas com horário certinho. Eu tinha apagado meu FB por um mês e pouco, reativei pq descobri que as pessoas ainda me viam e eu passava de all educada ne? haha. Mas descobri que não fez falta nenhuma pessoalmente, mas realmente eu acho que enriquece pro meu trabalho de criar conteudo.
      Qt a dissertado, na época eu usei um app que vc instala no computador e ele bloqueia navegador e internet por determinado tempo que vc escolhe. Mas minha melhor técnica era mesmo a pomodoro (25 ou 50 minutos de trabalho e 5 ou 10 de descansos) aliada ao 750 words – que é um site em que vc se cadastra e ele vai marcando todo dia qd vc alcançou sua meta, que é de 750 palavras por dia. ele manda email na hora qu cvc escolher tb pra te lembrar de escrever e a interface é bem simples, evita distrações. Boa sorte e obrigada pelos votos =)

      Responder

Leave a Reply